Como é difícil conciliar a vida dita “normal” com a vida de submissa. Como é angustiante passar o dia inteiro esperando estar sozinha em casa para cumprir “aquela tarefa especial”. Como é difícil controlar o desejo de dizer a todos que pertenço a alguém e que me sinto orgulhosa disto. Como é complicado não deixar as minhas convicções gritarem na frente na hora de expor minha opinião sobre certos assuntos.

Mas como é gostoso saber que minha vida não é mais comum, simples e sem graça. Minha vida é especial. É confortante saber que estou no pensamento e nas decisões do meu dono.  Como é excitante aguardar o momento especial de cumprir uma tarefa, me arrumar, caprichar em cada detalhe. Como é gratificante sentir-me possuída num simples ato de me arrumar, de escolher um lingerie, sempre pensando m agradá-lo.

Agora eu consigo entender melhor alguns textos, conversas que estivesse lendo na net, antes de ter um dono. Não imaginava o quanto a relação dono/sub é incomparavelmente mais forte emocionalmente do que um relacionamento baunilha. Este tipo de relacionamento exige muito mais confiança, mais desprendimento, mais humildade, mais cuidados do que uma relação comum.

Alguns podem achar essa relação um tanto estranha, eu mesma achava alguns posts muito exagerados, mas vivendo a submissão pude compreender que cada pessoa sente e age de uma forma especial e única, e que realmente tudo é muito intenso e prazeroso. Pequenos gestos, que numa relação baunilha nem prestaríamos atenção, tornam-se importantes.

Somente lendo muito, e principalmente me questionando é que pude perceber a diferença entre ser sub e se anular. Ser sub é se valorizar. Parece uma contradição, mas não é. Após ter admitido que gosto de ser submissa, que sinto prazer com dor, que preciso de uma pessoa para me guiar , é que me senti mais feminina, me amei mais, me valorizei muito mais como mulher.

Lógico que eu ainda tenho uma longa caminhada pela frente, afinal eu estou apenas no começo. Tenho muita coisa que aprender, muitos bloqueios para superar, muitos medos para enfrentar. Tudo isso faz parte do meu crescimento não somente como sub, mas obviamente como ser humano.